Ganhei esse selo da Gracita e pedi licença para trazer o poema junto

Cativante falsidade

Sentada na areia alva da praia de olhos fixos na linha do horizonte comecei a devanear. Lembrei-me dos tempos de outrora. Tempos de intensa felicidade e leveza. Um tempo onde as pessoas se amavam sem reservas pois tinham no coração a pureza de uma criança. As pessoas se aproximavam umas das outras com a clara intenção de fazerem-se amigas. E nós que somos puros de alma e coração nos entregamos ao falso carinho. Criou-se então um elo de confiança. Desnudamos nossa alma e nos revelamos integralmente. E a falsidade nos rondava dia a dia  e extraía de nós os nossos melhores e mais puros sentimentos. Fomos enredados por uma teia de falsos carinhos. Nos entregamos e revelamos nossos mais íntimos segredos.

O tempo foi passando e com muita dor e tristeza vimos aquela máscara de bondade se esvair como fiapos de fumaça. Nos decepcionamos. Fomos atirados na lama sem compaixão. Fomos duramente criticados e humilhados. Outras pessoas que pensávamos serem amigas desapareceram de nossas vidas sem nenhuma palavra ou aceno. Foram tragadas pelo sorriso cativante da falsidade. Hoje mais perspicazes procuramos ser menos emocional e agir baseados na razão. A espontaneidade se foi levada pela desilusão provocada pela carinhosa falsidade.

Gracita